Planejamento e educação são aspectos indispensáveis para lidar com os problemas causados por enchentes A relação entre mudanças climáticas e saúde pública é cada vez mais evidente quando se trata de doenças de transmissão hídrica. É uma realidade que ano a ano expõe a Infectologia diante de catástrofes (como a ocorrida em 2024 no Rio Grande do Sul) e em outras regiões do país também, sobretudo em época de fortes chuvas. Mais que um problema, é um grande desafio que afeta o país todo e depende de inciativas coletivas para combater tantos desastres. Abrange ações pelo Estado e participação da população para o devido enfrentamento de uma série de doenças. Leptospirose, hepatite A, diarreias e micoses são importantes doenças transmitidas pelas águas. Além disso, a proliferação de mosquitos aumenta a transmissão de arboviroses como dengue, Chikungunya, Zika, febre amarela, febre do Oropouche e outras, o que gera uma questão altamente complexa e de difícil solução a curto prazo. “O Impacto para a saúde pública é enorme, há um aumento de casos de diversas doenças e muitas vezes chega a ser catastrófico em muitos serviços nossos. Sem dúvida, deveria ter uma melhor coordenação nacional, com planejamento assim como disponibilização de recursos, insumos, medicamentos, vacinas e muito mais”, adverte o infectologista Décio Diament. Nesse contexto, tão importante quanto as ações do governo, a participação das pessoas também é fundamental diante de tantas doenças que afetam as pessoas anualmente, envolvidas junto ao contato, imersão ou ingestão de água poluída ou contaminada. “Essas doenças também são associadas a muitos fatores como lixo, poluição e, em especial, passa pela conscientização das pessoas também. Educação faz parte disso tudo e todos somos corresponsáveis. É um problema de saúde pública complexo. Todos nós somos atores desse grande problema”, diz o infectologista Claudilson Bastos, reforçando a necessidade de políticas mais efetivas para evitar os agravantes das doenças de transmissão hídrica. O gerenciamento de todas essas variáveis que cercam as doenças de transmissão hídrica é fundamental para que não haja uma sobrecarga nos serviços de saúde. Depende de ações assertivas e que realmente possam contribuir para mitigar os problemas. Em épocas de enchentes, por exemplo, há lotação de muitos serviços e a necessidade de ter plano de contingência seria determinante. “Deveríamos ter uma atenção especial para isso e já sabemos desse alto risco anualmente. Precisaríamos implementar políticas de saúde e que fossem permanentes para atender as pessoas e tudo interligado a outras áreas como meio ambiente, infraestrutura e outras”, diz Diament. Além disso, as doenças de transmissão hídrica se conectam a uma questão histórica vinculada à falta de saneamento básico, problemas habitacionais, superpopulação nas grandes cidades, dificuldade de escoamento adequado das águas entre outros fatores. “Todas essas doenças se misturam a uma questão estrutural do nosso país”, conclui Bastos.
Júnior Rosa
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Brasil ainda tem baixa cobertura vacinal para a dengue
por Júnior RosaNotícias falas, maior conhecimento dos pais em relação à necessidade dessa vacina e outras estratégias de imunização são fatores relacionados à baixa cobertura da vacina da dengue Desde 2023, a vacina para a dengue, oferecida em duas doses, é uma realidade no Brasil e adolescentes, de 10 a 14 anos, são o público prioritário para tomarem a vacina distribuída pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) até o momento. Em situações específicas, a idade pode ser ampliada, quando há vacina perto do vencimento, por exemplo. Contudo, nesses dois anos com a vacina no PNI, a vacinação da dengue enfrenta grandes desafios, com uma baixa adesão, sobretudo na segunda dose e em todo o Brasil. O problema não se reduz a essa vacina, claro, mas diante do número de casos e óbitos por dengue, a vacina é bem importante e recomendada, sobretudo para evitar quadros graves nesse público adolescente, que é bem impactado, inclusive com internações. “A baixa adesão da vacinação se deve provavelmente à baixa percepção dos pais em relação à gravidade da dengue nos seus filhos nessa faixa etária”, diz a infectologista Raquel Stucchi, membro do comitê de imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia. Contudo, essa questão da vacinação contra a dengue é bem ampla e multifatorial e se relaciona também ao negacionismo científico e leva a uma procura menor de pessoas a tomarem essa vacina e ficam mais expostas e menos protegidas. “A hesitação vacinal cresceu muito desde a pandemia de covid-19 e, desde então, sob interferências políticas e com alto prejuízo a toda população. Temos que intensificar a divulgação de segurança, benefícios da vacina assim como a disponibilidade”, diz Andyane Tetila, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia. Estratégias Outro ponto destacado pelas especialistas é a importância da mudança de estratégia, incluindo oferecimento da vacina em horários diferenciados nos postos de vacinação, aplicação em outros locais a fim de facilitar maior adesão. Mesmo com uma quantidade restrita de vacinas, a procura é pequena, o que preocupa os médicos. “Temos que trabalhar fortemente com a conscientização, oferecer orientações, esclarecer as pessoas e assim tentar minimizar o impacto dessa doença”, diz Andyane. Além disso, vale esclarecer que a vacinação é limitada porque não tem doses suficientes para toda a população, mas quem se imuniza tem a devida prevenção contra a dengue. “A proteção ainda é individual pois temos um público limitado que tomou. Para proteção coletiva, temos eu ter uma cobertura vacinal acima de 90% e com pessoas de outras faixas etárias também, o que ainda não é nossa realidade, infelizmente”, diz Raquel. A vacinação contra a dengue confronta com o número de casos e óbitos de 2024 e até mesmo de 2025, que já tem dados epidemiológicos significativos e com grande impacto para a saúde pública em todo o território nacional. O enfrentamento não se restringe à vacinação, mas se alia a outras medidas indispensáveis para eliminar o vetor, em âmbito coletivo, e que pode mudar esse cenário alarmante dessa arbovirose
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Os primeiros meses de 2025 começaram intensos para a saúde pública em todo o Brasil. Muitos problemas impactam diretamente a Infectologia e a nossa atuação se torna cada vez mais indispensável para combater uma série de doenças que acomete a população de Norte a Sul do País, com muita intensidade, e preocupa especialistas e diversos órgãos públicos. A dengue ainda está no foco em todo o território nacional e nos desafia bastante, inclusive com a vacinação, ainda com dificuldades nos públicos prioritários. O retorno da febre amarela também nos alerta e a imunização comprometida é um fator dos casos confirmados em alguns estados. Além disso, as fortes chuvas em várias regiões brasileiras nesse verão chamam a atenção, pois doenças de transmissão hídrica aumentam nessa época e se relacionam à falta de medidas para evitá-las. Outros assuntos também se fazem presentes e temos que dar uma atenção especial ainda por conta dos dados alarmantes, tais como coqueluche, que foi alarmante em 2024 e a esporotricose que, a partir de agora, passa a ter notificação compulsória. Esses são alguns assuntos presentes nessa edição da SBI News. Outro tema bem importante e que interessa a todos é sobre a anuidade da SBI, que já pode ser paga e com facilidades para nossos associados. Temos já pronta a programação do Infecto 2025, já disponível no site www.infecto2025.com.br, e todos estão convidados a participar desse grande evento da SBI, em setembro, em Florianópolis (SC). Alberto Chebabo – presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia
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O Brazilian Journal of Infectious Diseases (BJID) é a publicação científica oficial da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e tem como objetivo publicar artigos científicos relevantes sobre todos os aspectos da microbiologia, doenças infecciosas e resposta imune a agentes infecciosos. De circulação bimestral, o BJID é um dos periódicos mais influentes em sua área no Brasil e na América Latina, com alto fator de impacto. Acompanhe a edição de janeiro/fevereiro de 2025: https://www.bjid.org.br/en
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Caro(a) associado(a), O pagamento da anuidade 2025 da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) desde fevereiro de 2025. O valor é de R$ 600,00, podendo ser pago com desconto de R$ 100,00 até 30/6/2025. Associados aspirantes pagam metade do valor (R$ 300,00 completos e R$ 250,00 com desconto). Os sócios cadastrados receberam e-mail com instruções e boletos para pagamento (o boleto vem com o timbre do banco Efí – usado pela SBI para receber as anuidades). Também é possível parcelar em 3 vezes no cartão de crédito. Lembramos que pelo estatuto vigente da SBI para ser considerado sócio adimplente é necessário estar com as duas últimas anuidades quitadas. Dessa maneira, a partir de 1/7/2025 é necessário estar com as anuidades de 2024 e 2025 pagas para ser considerado sócio adimplente. Sendo sócio adimplente, além de deixar a SBI cada vez mais forte e valorizar nossa especialidade, você pode desfrutar de benefícios, como׃ – Descontos ou inscrições em eventos organizados ou com apoio da SBI; – Direito de participação em concursos promovidos pela SBI; – Acesso exclusivo a portal do sócio com acesso a conteúdo científico específico, incluindo Portal RIMA; – Desconto nas taxas de publicação no Brazilian Journal of Infectious Diseases (BJID). Para mais informações ou gerar pagamento pelo cartão do crédito, acesse׃ https://infectologia.org.br/area-do-associado/
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O Ministério da Saúde emitiu um alerta no início de fevereiro a respeito do aumento da transmissão da febre amarela nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Tocantins. Até o momento foram identificados 12 casos e 8 óbitos, todos no estado de São Paulo. Para analisar a situação da febre amarela, o SBI News entrevistou a infectologista Tânia Chaves, coordenadora do Comitê de Medicina de Viagem da Sociedade Brasileira de Infectologia, que falou sobre vários aspectos do retorno da febre amarela nesse ano. Por que estamos tendo o retorno da febre amarela em 2025, sendo que estava controlada há anos? A febre amarela no Brasil tem demonstrado maior frequência de ocorrência de casos humanos nos meses de dezembro e maio, como um padrão sazonal, em geral ocorre em geral a cada sete a 8 anos, desta forma a febre amarela ocorre de forma cíclica. Deve-se destacar que a morte de primatas não humanos é que alerta as autoridades de saúde pública sobre a evolução de surtos. O comprometimento da vacinação contra a febre amarela pode ser um fator para esse retorno nesse ano? A série histórica de 2009 a 2023 referente à cobertura vacinal da febre amarela foi superior a 10% a partir do ano de 2018. A vacina da febre amarela está entre as 13 das 16 principais vacinas de rotina do calendário da febre amarela que teve aumento na cobertura vacinal em 2023 (70%), se comparado com os dados de 2022 (60,7%). A vacina é realizada no calendário de rotina de todas as faixas etárias no Brasil. É necessário intensificar a comunicação do risco da doença e a importância para a população brasileira, especialmente em ambientes de maior circulação de pessoas e viajantes, como rodoviárias, aeroportos, parques, além das áreas com risco de transmissão. A ida a locais de mata, ambientes rurais ou afins representa um problema para a febre amarela? O que garante a redução de risco de se adquirir febre amarela em locais de mata virgem é estar com a vacina atualizada para esta temível e mortal doença. A vacina da febre amarela está disponível em todos os postos de vacinação do Brasil de forma gratuita pelo Serviço Único de Saúde (SUS). A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela, segura e eficaz para evitar casos graves e mortes pela doença. O esquema vacinal para adulto é composto de uma única dose que protege o indivíduo para toda vida. Já para crianças o esquema é de uma dose aos 9 meses de vida, e uma dose de reforço entre 4 a 6 anos. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela, segura e eficaz para evitar casos graves e mortes pela doença. Viajar para locais específicos como em rios, florestas, trilhas, os riscos são maiores ainda? Só existirá risco de aquisição de febre amarela nesses ambientes quando haja circulação do vírus amarílico e quando o indivíduo adentra a estes espaços não vacinado. Por isso, é fundamental a informação clara e objetiva à população sobre a ocorrência da doença, os sintomas e que existe uma vacina eficaz. Quais os principais desafios que ainda temos em relação a febre amarela atualmente? É a conscientização das pessoas sobre a importância da vacinação da febre amarela. Todos os casos observados são em viajantes internos que nunca foram vacinados. Outro aspecto desafiador é a comunicação de risco sobre a doença para a população. É a única vacina obrigatória segundo o Regulamento Sanitário Internacional para viajantes com destino à África e América do Sul. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema …
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Hesitação vacinal, falta de reforços de imunizantes, mutações da bactéria são alguns fatores relacionados dados elevados dessa doença respiratória De acordo com o painel epidemiológico do Ministério da Saúde, os casos de coqueluche tiveram aumento exponencial em 2024, o maior dos últimos nove anos. As notificações da doença aumentaram 2.702% em relação a 2023, com 5.998 casos confirmados, contra apenas 214 no ano anterior. O número de casos registrados foi de 3.253 registros de casos notificados de coqueluche, o que o torna o ano com mais casos desde 2014, segundo painel epidemiológico do Ministério da Saúde (MS). No ano de 2024, seguindo uma tendência mundial, os registros da coqueluche voltaram a subir significativamente, em especial nos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Já os 13 óbito registrados foram em crianças, todas filhas de mães não vacinadas. De acordo com os especialistas, a cobertura vacinal é determinante para controle da coqueluche, contudo a realidade que se mostra é bem diferente. “Temos muita hesitação vacinal, o que resulta em surtos em populações vulneráveis, mutações bacterianas, falta de reforço e menor imunidade mesmo. É uma situação preocupante, sem dúvida”, destaca o infectologista Carlos Starling. Outros aspectos também precisam ser considerados para o aumento de doenças infecto-contagiosas como a coqueluche, pois isso tudo não pode ter uma análise isolada, já que abrange desde maior circulação da bactéria, risco de pacientes mais suscetíveis até a imunidade não funcionante. “Esse grande aumento engloba esse conjunto de fatores. Importante destacar que é uma doença respiratória, contagiosa e transmissão por gotículas e pela saliva. Além disso, temos poucos diagnósticos específicos e hoje, no Brasil, muitos casos de coqueluche entram como síndrome gripal, o que é um problema, sem dúvida”, reforça a infectologista Mônica Gomes. O alvo, de acordo com especialistas, é a necessidade e reforço da vacinação, o que é um alerta permanente para se evitar dados epidemiológicos tão alarmantes como o que tivemos no ano passado. “É um problema de saúde pública grave e temos que dar uma atenção especial a isso, já que pode levar a complicações, internações e até óbitos. Populações como gestantes, bebês, idosos, profissionais de saúde demandam uma atenção especial e a vacinação contra a coqueluche está bem comprometida no país, com baixas taxas de cobertura, o que reflete nesses dados preocupantes”, completa Starling. Para 2025, as perspectivas para 2025 estão em questão, sobretudo se não houver maior conscientização, combate a fake news e até mesmo mudanças de estratégicas, monitoramento dos genótipos, vigilância, investimento em pesquisas e muito mais. “O foco para enfrentar é a vacinação e temos que orientar todos, sempre, sobre isso”, finaliza Mônica. https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/cnie/painel-coqueluche
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Esporotricose humana passará a ter notificação compulsória no Brasil
por Júnior RosaCrescimento explosivo dessa doença expõe uma realidade de difícil controle e com a necessidade de medidas para a situação não se agravar mais Durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de 2025, do Ministério da Saúde, decidiu se que a esporotricose humana vai passar a fazer parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória e deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Isso ainda deve ser publicado no Diário Oficial da União e, portanto, nosso objetivo é para abordar com mais ênfase a realidade atual da transmissão zoonótica dessa doença, assim como a implementação de políticas e promoção de dados mais robustos e consistentes em âmbito nacional. Esse fato visa contribuir para termos um retrato mais fiel de uma doença e que está expandindo-se de forma preocupante. Conforme o Ministério da Saúde propõe, as ações consistem em elaboração de ficha de notificação e investigação no Sinan para apoiar os estados, elaboração de protocolo de vigilância das micoses com fluxo da esporotricose humana detalhado, qualificações sobre o assunto para os profissionais de assistência à saúde e de vigilância, organização da rede diagnóstica laboratorial, além de planejamento estratégico na disponibilização de medicamentos antifúngicos para tratamento da esporotricose considerando um provável aumento de demanda perante a sensibilidade da vigilância. “Os dados são bem elevados e temos muita subnotificação. As notícias ainda não são animadoras quanto ao seu controle, pois dependemos de medidas muito difíceis de serem adotadas. A esporotricose já ultrapassou fronteiras e está presente em países que fazem fronteira com o Brasil”, diz o infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Micologia Clínica da Sociedade Brasileira de Infectologia. Novo cenário A partir da notificação compulsória, um cenário mais atualizado da esporotricose deve estar mais próximo da realidade nos próximos anos, já que todos os estados vão documentar e possibilitará, inclusive, ter ações mais efetivas diante da doença. “Com essa obrigatoriedade, podemos ter um retrato da situação epidemiológica no Brasil e seu impacto para a saúde pública. Observamos uma proliferação alta e uma verdadeira reação em cadeia dessa doença”, diz o infectologista Felipe Prohaska. De acordo com os especialistas, é um problema muito amplo e que pode ser minimizado com castração de gatos e cremação de cadáveres de animais falecidos pela doença. Outra importante medida que poderia auxiliar no controle da expansão do agravo seria a redução populacional dos felinos, tarefa difícil de ser realizada. No Brasil, convivem três populações de gatos: os tutorados, os de rua errantes e gatos ferais, nas matas e periferias das cidades. A esporotricose de transmissão felina é causada principalmente por Sporothrix brasiliensis, uma variante de S. schenckii, que hoje ocasiona uma epizoonose, acometendo milhares de humanos e felinos, além de centenas de cães. “A doença encontra-se em expansão e de forma muito rápida. Não temos vacinas e o controle é extremamente desafiador. A transmissão ocorre usualmente por arranhaduras, mordeduras, pus e exsudatos de secreções de lesões de gatos doentes, além de gotículas, respiratórias, expelidas durante episódios de tosse ou espirros. Sporothrix brasiliensis pode sobreviver em superfícies inanimadas, por até 21 dias, sendo capaz de ser transmitido por fômites inanimados como piercings, procedimento de tatuagem, superfície de móveis de clinicas veterinárias, mal higienizadas etc. Portanto, todo o cuidado é pouco diante dessa doença”, diz Telles. Outro aspecto apontado pelos infectologistas é a necessidade iniciar tratamento precoce, baseado em dados clínicos e epidemiológicos, sem esperar pela comprovação microbiológica do diagnóstico. “Embora a cultura seja o padrão ouro do diagnóstico da esporotricose, nem sempre ela é obtida. Outros exames, como histopatológico e micológico direto, tem baixa sensibilidade em humanos imunocompetentes”. O início do tratamento empírico precoce é recomendado pelo …