A imunização durante a gestação é um dos aspectos bem importantes para a proteção da saúde da mãe e do bebê. Diversas vacinas estão disponíveis na rede pública e na privada e podem ser recomendadas para mulheres grávidas e a orientação de médicos é bem importante. Nessa reportagem do Metrópoles, com a participação do infectologista Rodrigo Lins (RJ), vários aspectos são apontados, incluindo as vacinas indicadas para mulheres grávidas https://www.metropoles.com/saude/vacinas-gravidez-quais-tomar-ou-adiar
Júnior Rosa
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Notas Técnicas
Nota Técnica: Vacina herpes-zóster inativada recombinante (Shingrix®)
por Júnior RosaNota Técnica sobre a Vacina herpes-zóster inativada recombinante (Shingrix®) assinada por 16 sociedades médicas, incluindo a Sociedade Brasileira de Infectologia. Documento, elaborado em 29/9/2025, traz informações sobre conceito do herpes-zóster (HZ), carga da doença, complicações, recorrências, hospitalização e epidemiologia do HZ assim como esquemas vacinais, recomendação de públicos-alvo, incluindo imunocomprometidos entre outras informações importantes sobre a vacina herpes-zóster inativada recombinante (Shingrix®).
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Em entrevista para a rádio CBN, o infectologista Marcelo Simão (RJ) falou sobre o aumento de casos de hepatite A no Brasil no último ano. A baixa imunização e o fato de ser uma infecção sexualmente transmissível são alguns fatores apontados por esse crescimento que foi ainda maior em algumas capitais brasileiras e coloca isso como um importante problema de saúde pública. https://cbn.globo.com/saude/noticia/2025/09/19/casos-de-hepatite-a-registram-alta-de-mais-de-50percent-em-2024-aponta-ministerio-da-saude.ghtml
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Em entrevista para a Agência Brasil, o infectologista Alberto Chebabo (RJ) fez um importante alerta: em várias capitais brasileiras os casos estão aumentando, diferente do pico da pandemia, mas muitas crianças abaixo de 2 anos de díade e pessoas acima de 60 anos estão sendo mais afetadas por essa doença respiratória. Além disso, o risco de internação ainda é elevado e a importância da imunização se faz presente para evitar problemas relacionados a essa doença infecciosa. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-09/covid-19-nao-desapareceu-e-casos-continuam-ocorrendo-alerta-medico
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O Brazilian Journal of Infectious Diseases (BJID) é a publicação científica oficial da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e tem como objetivo publicar artigos científicos relevantes sobre todos os aspectos da microbiologia, doenças infecciosas e resposta imune a agentes infecciosos. De circulação bimestral, o BJID é um dos periódicos mais influentes em sua área no Brasil e na América Latina, com alto fator de impacto. Acompanhe a edição de setembro/outubro de 2025: https://www.bjid.org.br
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Dados epidemiológicos da tuberculose afastam o Brasil de metas a serem alcançadas nos próximos cinco anos. Números ainda são elevados mesmo com ações por parte da iniciativa pública. De acordo com o Boletim Epidemiológico (2025) de tuberculose, o cenário para a doença é desafiador para a atual realidade a saúde pública brasileira. Depois da redução na detecção de pessoas com tuberculose em 2020, o Brasil teve aumento da detecção de pessoas com a doença. Em 2021, o coeficiente de incidência de tuberculose foi de 34,8 casos por 100 mil habitantes; em 2022, registraram-se 38,6 casos por 100 mil/hab., um incremento de 10,9% em comparação a 2021. Passando para 2024 (dados ainda preliminares) se contabilizam 84.308 casos novos e um coeficiente de incidência de 39,7 casos por 100 mil/hab., ou seja, dados ainda preocupantes para o devido controle da tuberculose. Esses dados contrastam com as metas da Organização Mundial de Saúde (OMS) que é ter, no máximo, até 2030, 6,7 casos por 100 mil pessoas/ano, com mortalidade da tuberculose reduzida a 90%. A tarefa é, no mínimo, ambiciosa, já que muitas variáveis se relacionam a uma realidade que se distancia dessas metas. “São muitas variáveis envolvidas e vão desde ações em todos os âmbitos governamentais até a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável, que vão desde a erradicação da pobreza, passando pelas mudanças climáticas e diversos outros fatores a serem abordados e que interferem diretamente no controle efetivo da tuberculose. Para atingirmos as metas da OMS temos um longo e desafiador percurso e uma dificuldade de mudar esse cenário epidemiológico, infelizmente”, diz o infectologista Júlio Croda. Hoje, a OMS estima que temos, mundialmente, 10,8 milhões de pessoas adoeceram por tuberculose e 1,25 milhão morreram devido à doença, ou seja, é uma questão de saúde global. Porém, na América Latina, apenas o Brasil e o Peru constam nas listas de países de alta carga da OMS e apenas o Brasil na lista de tuberculose e tuberculose e HIV. Atualmente, fatores como imunossupressão, desnutrição e doenças crônicas, além de fatores contextuais, como as desigualdades sociais e econômicas, influenciam diretamente a distribuição e o controle da doença, o que leva ainda a milhares de casos e óbitos. “A tuberculose ainda é uma questão muito séria de saúde e temos que ser cada vez mais eficazes no diagnóstico precoce, no acompanhamento dos pacientes e oferecer o tratamento adequado. Para pacientes com HIV, populações privadas de liberdade, de rua, indígenas, por exemplo, a atenção deve ser redobrada diante da tuberculose”, diz o infectologista Júlio Croda. Junto de tudo isso, ações como treinamentos de equipes multiprofissionais, incremento de mais diagnósticos e com melhor sensibilidade, qualificação da rede de assistência para a garantia da realização dos fluxos laboratoriais e o aprimoramento da vigilância laboratorial são pontos que podem ser analisados a fim da melhoria desse cenário da tuberculose no Brasil e, dessa forma, atingir objetivos factíveis.
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Doença ainda é um problema constante e casos oscilam bastante nas diversas regiões brasileiras De acordo com Boletim da Semana Epidemiológica 33, do Ministério da Saúde (MS), até 16 de agosto de 2025, foram notificados 231.891 casos e 1.990 óbitos por covid-19. Com isso, foi apontado um aumento de 40,62% na média móvel de casos e diminuição de 9,91% na média móvel de óbitos em comparação com a Semana Epidemiológica 32. As unidades federativas com maiores taxas de incidência, variando de 6,30 a 47,00 casos por 100 mil habitantes, foram: Distrito Federal, Rio de Janeiro, Amazonas, Amapá e Roraima. Na vigilância de SRAG, foram notificados 94.129 casos hospitalizados em 2025 até a Semana Epidemiológica 33 (MS), com identificação de vírus respiratórios. Em relação aos óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram registrados 5.080 óbitos com identificação de vírus respiratórios no mesmo período, com 24% associados ao SARS-CoV-2. “Ainda precisamos estar atentos aos quadros respiratórios agudos, pois além de hospitalizações, temos tido muitos óbitos em grande parte do país. Tivemos um inverno com temperaturas mais baixas o que favoreceu uma maior circulação de vírus respiratórios. Além disso, a cobertura vacinal pelo país ainda é insuficiente, o que adiciona um agravante em saúde pública”, diz o infectologista Alexandre Vargas Schwarzbold.
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Mesmo com altas taxas de cobertura vacinal, o sarampo depende de estratégias para evitar a transmissão. Surtos em países vizinhos e casos importados preocupam especialistas Atualmente, o Ministério da Saúde, em parceria com as equipes estaduais e municipais de saúde, tem feito reforços e ações de controle contra o avanço do sarampo no Brasil, inclusive para evitar casos importados dessa doença. Nesse ano, foram diagnosticados ainda cinco casos importados [dois no estado do Rio de Janeiro, um no Distrito Federal, um em São Paulo e um no Rio Grande do Sul] e a grande preocupação é por conta dos surtos em países como Bolívia, Uruguai e Argentina. Além desses países, outros países do continente têm muitos casos registrados, incluindo Canadá, Estados Unidos e México, que somados já tem 9,8 mil casos de sarampo. No Brasil, um alerta importante está na cidade de Campos Lindos (TO), município que registra o maior número de casos, com 18 confirmações, o último caso foi confirmado em 6 de agosto. Contudo, de acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), não há transmissão sustentada do sarampo no País, porém a principal observação dos especialistas é em relação às pessoas que viajam para regiões afetadas “A vacinação contra sarampo está disponível para pessoas de 6 meses a 59 anos em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do país e é a forma mais eficaz de combate a essa doença. Essa mensagem devemos reforçar cada vez mais, pois é uma doença de alta transmissibilidade e pode levar a óbito”, diz a infectologista Nanci Silva. Dose zero Neste ano, o Ministério da Saúde já distribuiu mais de 13,6 milhões de doses da tríplice viral e a cobertura vacinal da primeira dose ultrapassa 90%. Com isso, o objetivo é controle efetivo em todo o território nacional, além da manutenção da certificação de país livre do sarampo, concedido pela Organização Mundial de Saúde. Outra abordagem do Ministério da Saúde para evitar a transmissão do sarampo é a aplicação de uma dose extra da vacina (dose zero), indicada preferencialmente a crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias de idade, em contextos de risco maior de circulação do vírus do sarampo. A estratégia da dose zero começou a ser aplicada em regiões mais vulneráveis pelo Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. Já em outros locais como no Rio Grande do Sul, a recomendação é destinada a municípios de fronteira com a Argentina e o Uruguai, além de cidades turísticas, universitárias e com alto fluxo de pessoas. Em São Paulo, é indicada para as regiões Metropolitanas da capital, de Campinas e da Baixada Santista. “Temos que atuar para evitar o sarampo e essas estratégias são recomendadas. Contudo, todos devem aderir fortemente com a vacinação, inclusive fazendo doses de reforço. O sarampo ainda é um problema de saúde pública mundial e temos que monitorar mesmo”, diz o infectologista Rodrigo Lins, membro do comitê de imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia.
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Dados são do Ministério da Saúde e preocupam especialistas. Várias capitas tiveram aumentos muito significativos dessa doença O último Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde apontou uma realidade bem preocupante em relação à hepatite A, ou seja, no último ano, a taxa aumentou 54,5% em relação ao ano anterior, passando de 1,1 para 1,7 caso por 100 mil habitantes. De acordo com o boletim, isso foi impulsionado pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que apresentaram taxas de 3,3, 2,1 e 1,8 casos por 100 mil habitantes – um aumento de 50,0%, 57,1% e 350%, respectivamente, em 2024. No período de 2000 a 2024, as regiões Nordeste (29,2%) e Norte (24,5%) compreendem mais da metade de todos os casos confirmados de hepatite A no Brasil. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste abrangem 19,6%, 15,7% e 10,9% dos casos do país, respectivamente. Em 2024, a maioria das Unidades da Federação apresentou taxas de detecção de hepatites virais em torno de 0,5 caso por 100 mil habitantes. No entanto, alguns estados registraram taxas superiores, como Mato Grosso do Sul (6,0), Paraná (5,7), Rio de Janeiro (2,8), Distrito Federal (2,8), São Paulo (2,5), Goiás (1,8), Santa Catarina (2,0), Rio Grande do Sul (1,8), Minas Gerais (1,2) e Acre (1,0). Quando ranqueadas, as taxas de incidência de hepatite A em várias capitais brasileiras, observa-se que nove delas apresentaram taxa superior à nacional (de 1,7 caso por 100 mil habitantes): Curitiba (31,3), Campo Grande (17,2), Florianópolis (13,5), Porto Alegre (8,6), Belo Horizonte (7,2), Rio de Janeiro (5,6), São Paulo (5,2), Brasília (2,8) e Recife (1,9) com prevalência do sexo masculino (três casos em homens e um em mulheres). Em 2024, a faixa etária com maior frequência de óbitos que teve como causa básica a hepatite A foi a dos indivíduos com 60 anos ou mais. Houve 27 óbitos no Brasil, com oito óbitos na região Nordeste, oito na região Sul, sete na região Sudeste, dois na região Norte e dois na região Centro-Oeste todos os anos. O coeficiente de mortalidade nessa faixa foi o mais elevado, ficando em segundo lugar somente em 2016. Para Marcelo Simão, do comitê de hepatites virais da Sociedade Brasileira de Infectologia e ex-presidente da entidade, esse aumento da hepatite A é uma questão bem relevante para a saúde pública. “Esse aumento vem desde a baixa vacinação contra a hepatite A, de homens que fazem sexo com homens (HSH) assim como questões de saneamento básico importantes, que ainda é um problema em grande parte do país, manipulação inadequada de alimentos entre outros fatores. Em geral, a hepatite A não é grave, mas precisamos tomar cuidado como um o devido acompanhamento e evitar desfechos como óbito que pode ocorrer em determinados casos”, diz Marcelo.