Para o infectologista Antonio Bandeira dados apontam para novo alerta em relação ao problema
Pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia, detectaram pela primeira vez no País uma nova linhagem do vírus Zika. De acordo com os especialistas, as sequências genéticas do vírus indicam um tipo africano com potencial de gerar uma nova epidemia da doença no Brasil.
A nova linhagem foi encontrada em dois estados: no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. A descoberta, que foi publicada no início de junho, no periódico “International Journal of Infectious Diseases”, revelou que os hospedeiros que abrigavam os vírus eram diferentes: um mosquito primo do Aedes aegypt, chamado Aedes albopictus, e uma espécie de macaco.
Para o infectologista Antonio Bandeira, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), os dados apontam para um novo alerta, lembrando que os casos de Zika no Brasil foram significativos acarretando problemas de malformação em crianças.
“Novamente devemos ficar atentos às arboviroses. Esse estudo aponta para mais um potencial de risco de uma epidemia”, explica.
Dados do Ministério da Saúde deste ano informam que foram notificados 3.692 casos prováveis de Zila, número muito inferior aos 47.105 casos de Chikungunya e aos mais de 800 mil casos de Dengue. De acordo com os pesquisadores, o estudo também serve para lembrar que, mesmo diante da pandemia, outras doenças não podem ser esquecidas no cenário brasileiro, pois têm potencial de gerar surtos.