Entidades alertam para o grande número de crianças que não receberam vacinas vitais. Situação preocupa mais na América Latina
O número crescente de crianças que estão deixando de tomar vacinas vitais durante a Pandemia da Covid-19 tornou-se um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). De acordo com as duas entidades, a situação é especialmente preocupante nos países da América Latina e Caribe, locais em que a cobertura caiu na última década.
O Brasil é citado ─ juntamente com a Bolívia, Haiti e Venezuela ─ como um dos países em que a cobertura vacinal além de apresentar queda desde 2010 também apresentou interrupções moderadas a graves na vacinação de crianças durante à pandemia.
Um dos pontos que chamou a atenção das autoridades de saúde refere-se a queda, pela primeira vez em 28 anos, no número de crianças que completam as três doses da vacina DTP3 (contra difteria, tétano e coqueluche). Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanon Ghebreyesus, as vacinas são fundamentais na saúde pública e a pandemia colocou o ganho de décadas em risco.
O medo em sair de casa, interrupções no transporte que ocorreram por conta dos períodos prolongados de isolamento, restrições de movimento entre outros fatores levaram a essa situação durante a pandemia. Para a infectologista Lessandra Michelin, diretora da SBI, a imunização deve ser tratada como prioridade mesmo no momento de pandemia que estamos atravessando.
“Temos que manter uma boa cobertura vacinal para todos os públicos, inclusive para evitar que outras doenças surjam ou que tenhamos que conviver com diferentes problemas de saúde pública concomitantemente”, diz Lessandra Michelin, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).