Mesmo passados mais de 40 anos da descoberta do HIV, com maior controle diante desse vírus e tratamentos efetivos, as pessoas ainda têm dúvidas importantes sobre formas de proteção assim como das formas de transmissão. Nessa reportagem da revista Marie Claire, com colaboração da infectologista Roberta Schiavon (SP), vários esclarecimentos estão contidos e com foco sobretudo na relação da mulher com HIV. https://revistamarieclaire.globo.com/saude/noticia/2025/12/e-verdade-que-quem-tem-hiv-nao-pode-manter-relacao-sexual-8-perguntas-respondidas-por-especialistas-sobre-a-doenca.ghtml
Notícias falsas, maior conhecimento dos pais em relação à importância dessa vacina e necessidade de outras estratégias de imunização são fatores que contribuem para a baixa adesão Desde 2023, a vacina para a dengue, oferecida em duas doses, é uma realidade no Brasil para adolescentes, de 10 a 14 anos, que são o público prioritário para esta vacina que é distribuída pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Em situações específicas, quando a vacina está próxima do vencimento, por exemplo, a idade pode ser ampliada. Contudo, nesses dois anos com a vacina no PNI, a imunização contra a dengue enfrenta grandes desafios no Brasil, com uma baixa adesão, sobretudo na segunda. O problema não se reduz a essa vacina, claro, mas diante do número de casos e óbitos por dengue, a vacina é bem importante e recomendada, principalmente para evitar quadros graves nesse público adolescente, que é bem impactado, inclusive com internações. “A baixa adesão da vacinação se deve provavelmente à baixa percepção dos pais em relação à gravidade da dengue nos seus filhos nessa faixa etária”, diz a infectologista Raquel Stucchi, membro do comitê de imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia. Entretanto, essa questão da vacinação contra a dengue é bem ampla e multifatorial e se relaciona também ao negacionismo científico e leva a uma procura menor de pessoas a tomarem essa vacina e ficam mais expostas e menos protegidas. “A hesitação vacinal cresceu muito desde a pandemia de covid-19 e, desde então, sob interferências políticas e com alto prejuízo a toda população. Temos que intensificar a divulgação de segurança, benefícios da vacina assim como a disponibilidade”, diz Andyane Tetila, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia. Estratégias Outro ponto destacado pelas especialistas é a importância da mudança de estratégia, incluindo o fornecimento da vacina em horários diferenciados nos postos de vacinação, aplicação em outros locais a fim de facilitar a adesão. Mesmo com uma quantidade restrita de vacinas, a procura é pequena, o que preocupa os médicos. “Temos que trabalhar fortemente com a conscientização, oferecer orientações, esclarecer as pessoas e assim tentar minimizar o impacto dessa doença”, diz Andyane. Além disso, vale esclarecer que a vacinação é limitada porque não tem doses suficientes para toda a população, mas quem se imuniza tem a devida prevenção contra a dengue. “A proteção ainda é individual pois temos um público limitado que tomou. Para uma proteção coletiva, temos que ter uma cobertura vacinal acima de 90% e com pessoas de outras faixas etárias também, o que ainda não é a nossa realidade, infelizmente”, diz Raquel. A vacinação contra a dengue confronta com o número de casos e óbitos de 2024, e até mesmo de 2025, que já tem dados epidemiológicos significativos e com grande impacto para a saúde pública em todo o território nacional. O enfrentamento não se restringe à vacinação, mas se alia a outras medidas indispensáveis para eliminar o vetor, em âmbito coletivo, o que pode mudar esse cenário alarmante dessa arbovirose.
