Novo coronavírus circula desde fevereiro no País
Falta de testagem é um dos desafios enfrentados no Brasil
Oficialmente, o novo coronavírus (SARS-CoV-2) circula em território brasileiro desde o final do mês de fevereiro. A partir daquele mês, quando o Ministério da Saúde notificou o primeiro caso, o vírus espalhou-se rapidamente pelo país, seguindo primeiramente as grandes manchas urbanas das regiões Sudeste, Nordeste e Norte. No segundo cenário, a pandemia atinge principalmente cidades do interior de estados cujas capitais já haviam sido atingidas (São Paulo) e os estados das regiões Centro-Oeste e Sul.
O primeiro caso de COVID-19 foi notificado oficialmente no Brasil no final de fevereiro, presente no organismo de um paciente de São Paulo-SP, que retornara de viagem à Itália. A primeira morte provocada pela doença no país foi notificada no dia 17 de março, também na cidade de São Paulo – epicentro da pandemia no Brasil.
Nas semanas e meses seguintes, o novo coronavírus se espalhou rapidamente pelo território nacional, concentrando-se especialmente em grandes centros urbanos das regiões Sudeste (Belo Horizonte-MG, São Paulo-SP e Rio de Janeiro-RJ), Nordeste (Fortaleza-CE, Recife-PE e São Luís-MA) e Norte (Belém-PA e Manaus-AM). Em todas essas localidades e cidades próximas houve grande pressão sobre o sistema de Saúde, muitas vezes carente de vagas suficientes para o atendimento de pacientes graves.
No início de maio (pouco mais de dois meses após a primeira notificação), o Brasil atingiu a marca de 100 mil casos notificados. A partir daí, o crescimento se intensificou. Ao final do mesmo mês, já eram mais de 500 mil casos confirmados, o que evidenciava a velocidade do contágio local, muito associada também a aglomerações, reuniões, transporte público com grande número de pessoas juntas e ambientes propícios para a propagação do novo coronavírus.
Durante o mês de junho, o país ultrapassou a marca de um milhão de infectados (dia 19) e, pouco menos de um mês depois (em 16 de julho), alcançou-se a marca de dois milhões de casos. No final do mesmo mês, já eram mais de 2,6 milhões de infectados.
Já em dezembro (16/12) esses números saltaram para 6.970.034 casos notificados, sobretudo quando teve um crescimento de casos por conta do relaxamento das pessoas diante das medidas preventivas.
ÓBITOS – Os óbitos causados por COVID-19 no Brasil apresentaram crescimento expressivo a partir dos meses de abril e maio, quando saltaram de mil (em 10/4) para quase 30 mil ao final do mês seguinte e chegando a 182.799 mortos em 16/12.
O estado de São Paulo concentra a maior parte dos casos e mortes, seguido de Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Ceará.
BAIXA TESTAGEM – Colabora para o falho planejamento da pandemia no Brasil o baixo índice de testagem da população. De fato, os números de casos confirmados e óbitos oficiais estão longe de representar o verdadeiro cenário da infecção pelo novo coronavírus em território brasileiro.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), é esperado um índice de 5% de casos positivos diários sobre o total de testagens em um país. É o caso de países como Nova Zelândia, Coreia do Sul e Alemanha.
O baixo índice de testagem, somada a uma dificuldade de diálogo entre as esferas federal, estadual e municipal para coordenar medidas preventivas e de tratamento dificultam o controle da COVID-19 no país. O planejamento para a adoção de medidas como início, abrandamento e fim de quarentenas também fica prejudicado.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) vem, desde o surgimento dos casos na China, tem colaborado com a população brasileira e profissionais de saúde com informações dedicadas ao conhecimento deste novo vírus, as melhores medidas de prevenção, avaliação de tratamentos e a busca por uma vacina efetiva e segura. Neste período, também sempre estivemos à disposição do Ministério da Saúde, bem como das autoridades regionais.