As Secretarias de Estado da Saúde do Paraná, São Paulo e Santa Catarina confirmaram a presença de norovírus em amostras de pacientes coletadas no litoral desses estados em janeiro de 2025 e o que levou a uma situação de risco para muitas pessoas que frequentaram diversas cidades litorâneas. A contaminação partiu de alimentos sem a devida higienização, ingestão de água não potável, comidas cruas, além do consumo de gelo inapropriado e da falta de medidas essenciais que desencadearam o contágio. “As infecções por norovírus são transmitidas primariamente por via fecal-oral, gerando um problema sério ao longo dos primeiros meses do ano, sobretudo por conta do período de férias, acúmulo de pessoas, calor intenso e falta de um maior controle sanitário”, ressalta Ralcyon Teixeira, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Cidades como Guarujá (SP) e Santos (SP), Florianópolis (SC), Guaratuba (PR) e Morretes (PR) entre várias outras localidades enfrentaram um surto de norovírus, levando a uma superlotação em postos de saúde em busca de atendimento e sintomas como náuseas, vômitos, diarreias, dores abdominais, dores musculares, cansaço, dor de cabeça e febre. “O quadro leva, em média, três dias até a devida recuperação, podendo causar mal-estar intenso e desidratação. Também é uma questão que envolve desde políticas de saúde pública, o abastecimento de água e os cuidados com o meio ambiente. Temos que ver isso como um problema mais amplo, já que o contágio é muito rápido e esse vírus tem uma capacidade de sobreviver no ambiente por um tempo considerável”, completa Ralcyon.
Outra questão importante é que para se prevenir do norovírus, as medidas precisam ser muito bem executadas, desde a lavagem das mãos com água e sabão, evitar, de fato, o consumo de alimentos de origem duvidosa ou frutos do mar crus e adotar muita hidratação. “Temos que tomar cuidado com crianças e idosos e também precisamos saber que a infecção é de alta transmissibilidade. Em geral, é uma doença autolimitada, mas precisamos tomar cuidados com essas noroviroses, pois podem levar a outras consequências, como a necessidade de internação para hidratação e controle dos sintomas”, diz Jaime Rocha, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Além de tudo isso apontado pelos especialistas, uma lição fica desse novo surto: o comportamento das pessoas e os ambientes de aglomeração, sobretudo nesse período de férias, além do contato com água e alimentos sem os devidos cuidados pode levar a surtos de gastroenterites e as noroviroses realmente preocupam muito.