Vacinação foi realizada em algumas regiões a partir da notificação de casos no Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo
O Brasil reconquistou o certificado de país livre do sarampo, depois de perder por conta de surto da doença no país. Porém, a confirmação de casos de sarampo no Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, em 2025, acendem um outro alerta para essa doença e medidas emergenciais foram tomadas para o bloqueio da doença, em especial pela vigilância e o reforço vacinal.
Foram distribuídas nesse ano 400 mil unidades para ação específica de bloqueio do sarampo entre a população de 6 meses a 59 anos de idade residente nas cidades prioritárias e um monitoramento epidemiológico para evitar que surjam novos casos. “Ainda existe uma heterogeneidade de cobertura vacinal contra o sarampo e são formados bolsões onde a proteção fica abaixo de 95%, para primeira e segunda dose, o que não é recomendado e esse risco de ter casos aumenta”, diz o infectopediatra Márcio Nehab.
Diante dessa iminência de mais casos no país, essas medidas se tornam indispensáveis para a saúde pública e envolvem desde escolas, trabalhadores da saúde, transportes, profissionais de turismo entre outros segmentos para uma vacinação em massa. “Importante que a vacina chegue ao indivíduo e não que a doença chegue primeiro. Temos que imunizar mesmo a população contra essa doença”, diz Nehab.
Risco de outros países
O risco existe, de fato, e aumenta quando há surtos em outros países vizinhos ou regiões com baixa cobertura e esse a alerta permanente é importante, pois a doença ainda não foi eliminada e em muitos países é endêmica e com óbitos, inclusive. “Precisamos manter alto índices de vacinação, sempre. É um problema com solução desde que todos se vacinem mesmo. Contudo, precisamos tomar cuidados, já que existem surtos em vários lugares, principalmente na Ásia”, diz a infectologista Nanci Silva.
No último relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), por exemplo, divulgado em 24 de março de 2025, foram registrados 507 casos de sarampo nas Américas, superando o total do ano passado. Dos casos confirmados, 301 ocorreram nos Estados Unidos, com duas mortes, 173 no Canadá, 22 no México; e 11 na Argentina.
Além disso, a notificação de casos suspeitos e o papel dos centros de vigilância municipais, estaduais e federais são indispensáveis para identificação da epidemiologia do sarampo. “Temos que adotar ações emergenciais de bloqueio assim que tivermos suspeitas de sarampo. É uma estratégia fundamental baseada na vacinação coletiva e, em alguns casos imunoglobulina”, completa Nehab.