Vacinação de gestante: proteção em via dupla

Durante a gestação e a amamentação há um intenso intercâmbio de aprendizado e carinho entre mães e bebês. É também neste momento que as mães transferem seus anticorpos para proteger seus filhos, seja pela placenta ou pelo aleitamento materno. Por este motivo, é de extrema relevância que as mamães estejam com a imunização em dia, tanto durante a gravidez, como também no puerpério.

A imunização materna é particularmente importante, uma vez que as vacinas exercem papel importante na prevenção de doenças, hospitalizações e até de mortes. Entre as doenças evitáveis pela vacinação, para as quais não há opções na proteção de bebês, estão os casos de influenza e coqueluche. É na gravidez também na gestação que a imunização também permite evitar as doenças infecciosas, que podem causar graves danos, como o aborto, a prematuridade e malformações fetais. ¹

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), o Ministério da Saúde (MS) juntamente com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), recomendam três vacinas de rotina às gestantes: influenza, difteria-tétano-coqueluche acelular (dTpa), além da vacina de hepatite B, todas disponíveis no sistema público. Inclusive, no caso de a gestante não ser vacinada contra hepatite B, ela também pode receber as três doses recomendadas contra a doença, mesmo durante o período de amamentação.²

Com a vacinação em dia, as mamães garantem que seus anticorpos protejam os bebês até um pouco mais de seis meses de vida, período no qual eles ainda não desenvolveram a imunidade própria. No período da amamentação, as mães seguem doando seus anticorpos para que o organismo do bebê se defenda de infecções. Esses ‘guardiões’ herdados vão ajudar a proteger o bebê até que ele produza seus próprios agentes de defesa, estimulados com segurança pela vacinação em um processo que leva alguns meses para ocorrer.

Além da imunização recomendada na rotina, obrigatória, há outras vacinas indicadas em situações especiais e vacinas contraindicadas durante a gestação (Febre amarela, Tríplice viral – Sarampo, Caxumba, Rubéola –, HPV, Varicela e Dengue).

A importância de vacinar gestantes é conhecida faz tempo. O Plano de Eliminação do Tétano Neonatal, por exemplo, teve início há 30 anos, em 1991. O objetivo do Ministério da Saúde era imunizar todas as mulheres em idade fértil, incluindo as grávidas, para combater uma das principais causas de morte de bebês no primeiro mês de vida. Graças a essa estratégia, o Brasil recebeu, em 2017, o certificado de eliminação do tétano neonatal e materno. Esse avanço significa inúmeras vidas salvas.

 

Referências

  1. Febrasgo. https://www.febrasgo.org.br/en/campanhas/campanha-gestante-consciente/item/1130-importancia-da-vacinacao-materna
  2. https://vacinasparagravidas.com.br/public/docs/guia-da-vacinacao.pdf

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