Pacientes com câncer, doenças crônicas, transplantados e vivendo com HIV/Aids também devem se vacinar

O Programa Nacional de Imunização (PNI) alcançou muitos feitos no Brasil, como a eliminação da poliomielite e a diminuição de diversas doenças que ceifaram vidas ao longo de todo o século passado por isso ninguém pode ficar de fora. Desde 1993, foram criados os CRIE (Centros de referência para imunobiológicos especiais) dentro do âmbito do SUS destinados a orientar e disponibilizar vacinas para cada grupo especial, justamente visando a que ninguém fique de fora.

O que é importante lembrar é que as pessoas que convivem com indivíduos imunossuprimidos devem também manter a carteira de vacinação atualizada. E todo o processo de vacinação deve ser acompanhado corretamente pelo médico especialista e equipe que acompanha o paciente, pois a indicação de cada vacina varia de pessoa para pessoa e levará em conta a idade, histórico vacinal, tipo de doença e de tratamentos e o nível de imunocomprometimento de cada um.

No Brasil, onde espera-se cerca de 600 mil casos de câncer anualmente, é importante lembrar que para esses pacientes há a chance grande de desenvolverem imunossupressão em decorrência de tratamentos e uma infecção contribuiria fortemente para o aumento da morbidade e mortalidade.

Geralmente, os pacientes de câncer não têm eventos adversos após a vacinação, a não ser com vacinas de bactérias e vírus atenuados.

Para pacientes que fizeram o transplante de medula óssea (TMO) há recomendações específicas sobre o tempo após o transplante em que se deve iniciar o processo de vacinação (e revacinação).

Pessoas infectadas pelo HIV devem ser vacinadas para evitar infecções oportunistas e a escolha do antígeno adequado, esquema mais apropriado para cada indivíduo e o melhor momento para aplicação também serão determinados pelo médico especialista que o acompanha.

O uso das terapias antirretrovirais reduz a ativação imune e leva à reconstituição imunológica o que possibilita que a pessoa vivendo com HIV tenha mais qualidade de vida e participe do esquema vacinal tradicional, mas também tenha maior risco de exposição a vários agentes infecciosos de forma a não poder se esquecer de seguir à risca o calendário de vacinação.

As recomendações para vacinar pessoas vivendo com HIV e AIDS estão continuamente sendo atualizadas e indivíduos com evidência de imunossupressão relacionada ao HIV não devem tomar vacinas de vírus ou bactérias vivos atenuados.

Agora, antígenos mortos ou inativados como nas vacinas contra difteria/tétano/coqueluche, influenza tipo B (HIB), hepatites A e B, influenza, meningocócicas, pneumocócicas, HPV, poliomielite (VIP) e raiva não representam risco para pessoas imunossuprimidas e, em geral, devem ser administradas de acordo com o calendário para a faixa etária.

Pessoas que vivem com doenças crônicas, a exemplo da diabetes e da hipertensão, também sofrem mais riscos ao serem expostas aos agentes infecciosos e por isso são prioritários nos calendários de vacinação e devem sempre consultar seu médico ou a UBS mais próxima para checar se suas carteirinhas estão completas. Quanto mais vacina, mais vida!

 

Referências

  • Cartilha de vacinação no paciente oncológico, SBOC – SBIM.
  • Guia de imunização HIV/AIDS, SBIM – SBI, 2017.

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